A Moto da Viagem

22 - 12 - 07 - Gostaria aqui de fazer um comentário sobre meu sentimento pessoal até o momento. Viajar sózinho, sem nenhuma companhia, para um local onde você nunca havia ido, percorrendo países diferentes, com idiomas diferentes do seu, atravessando o deserto mais árido do mundo, o de Atacama, exige uma confiança enorme em sí mesmo e em seu equipamento. É um enorme desafio, também com as possíveis consequências, pois afinal estou trazendo a Ângela comigo e a responsabilidade de se conduzir o destino de uma pessoa numa viagem dessas é enorme. Durante a viagem até aqui já passamos por dois países e estamos no terceiro. Apesar de diversas informaçoes contrárias e, talvez pela época do ano em que estamos viajando, as únicas motos que encontramos em todo esse trajeto, foram 5 motos que passaram em sentido contrário ao nosso na altura de Pampa del Inferno, na Argentina. Eram 5 big trail com os pilotos viajando sozinhos, sendo 3 V-Strom da Suzuki e 2 GS da BMW. Ao visitar a concessionária Suzuki em Salta para mandar limpar o filtro de ar da moto como já relatado, na postagem "Salta - A Permanência", encontrei um senhor de São Paulo, chamado Francisco e que estava viajando com sua esposa Ruth numa V-Strom e lá estava para deixar a moto para fazer a revisão de 6.000 Km enquanto iria fazer o passeio do teleférrico. Disse-me que estava com outro amigo que também estava em outra V-Strom. Faço esses comentários para dizer que, das únicas 7 motos grandes que encontramos nessa viagem, 5 eram V-Strom e agora entendo o porque. Não estou aqui fazendo comparações com nenhuma outra marca ou modelo de motos, só estou constatando o porque estou tão maravilhado com a V-Strom. Durante todo esse percurso minha única atenção com a mesma foi engraxar a corrente e mandar limpar o filtro de ar. E olhe que já andamos 70 Km de rípio e achei a moto extremamente apropriada também para esse fim. A moto é fantástica e satisfaz extremamente a confiança que no início declarei que necessitava ter no equipamento para fazer esta viagem pois afinal já cruzei uma parte mas ainda vou cruzar mais 1.000 Km de deserto e SÓZINHO. Insisto em que não estou fazendo nenhum tipo de comparação, e gostaria que meus amigos que tem qualquer outro tipo de moto assim o entendessem, só estou extremamente feliz com minha moto pois, afinal, além dos motivos citados acima, ela é minha e entendo que o importante é a paixão por motos e não por um modelo ou marca, assim como já disse uma vez à um amigo : "O importante na pesca é gostar da pescaria e não do tipo de vara, carretilha, molinete ou isca que se usa", pois aí cada um tem um gosto que deve ser respeitado ou não teremos companheiros para a pesca. Um abraço a todos.