06 - 01 - 08 - Hoje, como o trecho também era mais longo, saímos de Santa Fé às 6:00 hs da manhã e 583 Km depois, às 12 :30 hs chegamos à Corrientes, onde de acordo com nossa programação, iríamos dormir. A cidade foi fundada em 1588 por Juan Torres de Vera y Aragón num pedaço de terras que adentrava o leito do rio Paraná, onde se podia notar sete correntes de água. O nome de seu fundador e essa configuração natural determinaram sua denominação primitiva, San Juan de Vera de las Siete Corrientes. Por sugestão do Sérgio Lubitz, que conhecemos ontem em Santa Fé, andamos mais 30 Km até Resistência, para nos hospedarmos no Amerian Hotel Casino Gala, onde chegamos às 13:30 hs. Então, foram no total 613 Km percorridos hoje, mas a viagem rendeu mais pois praticamente não paramos. As paradas foram as estritamente necessárias para o abastecimento da moto e em Goya onde tomei um lanche rápido. Aí ocorreu um fato triste. Após sairmos do posto em Goya, na saída da cidade havia um posto policial argentino onde fui parado. O guarda não me pediu documento nenhum e ficou perguntando de onde eu vinha, para onde ia, se estava de férias, etc..... Como entendo que não era seu direito fazer esse tipo de pergunta já estava perdendo a paciência e quando ele perguntou quanto tempo gastei do Chile até alí, respondí que hoje já tinha viajado 5 horas. A Ângela ficou tensa mas acho que o guarda também entendeu minha saturação e, na maior cara de pau perguntou-me "E la platita?". Eu ainda quiz me fazer de bobo e disse que não entendí mas não teve jeito pois a Ângela logo falou em alto e em bom som que ele estava pedindo dinheiro. Êle ouviu e deu um enorme sorriso de concordância. Dei-lhe então $ 2 pesos, o equivalente à R$ 1,40 ( um real e quarenta centavos), e ele ficou todo satisfeito e me mandou passar. Narrei o ocorrido por entender ser esse um ato muito triste de corrupção clara, desnecessária pois eu estava totalmente dentro da lei e de um valor ridículo, o que me faz pensar quanto vale a moral de um ser humano como esse. Voltando à viagem, o nosso planejamento para a viagem de hoje também foi alterado pois pretendíamos sair de Santa Fé e subirmos margeando pela margem direita do Rio Paraná, até Resistência e aí cruzarmos a ponte e dormirmos em Corrientes. Após informações dos argentinos com quem conversamos, resolvemos fazer exatamente o oposto e de Santa Fé já cruzamos o rio por meio de um túnel que passa por baixo do mesmo e através deste atingimos a cidade de Paraná, partindo da qual subimos agora pela margem esquerda do rio Paraná. Foi muito legal pois logo de início já ficamos encantados com a capacidade humana de técnicas de construção, ao transpor um rio como aquele por baixo. Saindo de Paraná pela Ruta 12, percorremos um trecho de 120 Km de estrada muito ruim, muito esburacada e cheia daqueles facões e aprofundamentos no asfalto provocado pelo excesso de peso dos caminhões. É o trecho pior da estrada, localizado entre Paraná e La Paz /Piloto Ávila. Depois desse trecho a estrada estava boa, como aliás todas as estradas argentinas, que são muito melhores do que as brasileiras. Depois disso passamos por Guayquiraro, Esquina, Paraje San Isidoro, Goya, Lavale, Santa Lúcia, Tostas, San Lorenzo, Empedrado e chegamos à Corrientes. Após La Paz, por ser uma estrada que corre paralelamente ao rio, em distâncias que vão de 500 mts à 10 Km do rio, é uma região de pântanos, bastante alagada e de campos extremamente planos, assemelhando-se nessa planície à região de São Grabriel D'Oeste, no MS. Nos trechos em que a terra não era alagada, o que predominou foram as plantações de arroz, seguidas das de girassol e depois milho e soja. Nas proximidades de Goya o que predomina é a plantação de tabaco. Durante todo esse percurso vimos muito gado nas regioes de pântano e em quase sua totalidade era gado Braford esparramados naquelas imensidões de campos ou dentro de lagoas formadas pelo alagamento da região. Vimos também uma plantação de arroz com uma quantidade enorme de emas dentro da mesma, mas não era uma quantidade grande como as que às vezes vemos aí no MS. Era uma quantidade enorme mesmo. Ao chegarmos em Resistência, logo nos deparamos com uma praça muito bonita, na qual paramos para tirar fotos e tomarmos um sorvete pois o calor estava bem forte. Resistência é a Capital da Província do Chaco. Deve seu nome ao ocorrido com os indígenas que habitavam a região que, como amantes da liberdade não permitiam a infiltração nem dos espanhóis e nem das missões jesuítas que tentavam se aproximar da região. A conquista desse território só ocorreu na Guerra da Tríplice Aliança, quando o governo avançou sobre a região com tropas e armas de fogo. Resistência foi criada como Colônia em 1878 e teve como primeiros habitantes um contingente de imigrantes italianos chegados ao local em 02 de fevereiro do mesmo ano. Durante muito tempo os indígenas ainda continuaram lutando pelo que anteriormente haviam sido suas terras. Em decorrência da Resistência do pequeno número de homens que suportou a ameaça aborígena daquela época é que se deve o nome atual da cidade. Após nos instalarmos no hotel, tomamos um banho e fomos dar uma descansada. Eram aproximadamente 14:30 hs da tarde e só fui acordar às 20:00 hs, motivo pelo qual hoje demoramos mais para postar as notícias. E a Ângela diz que ficou assistindo na TV aquelas lutas de vale tudo ensaiadas durante todo esse tempo e de preguiça, não mudou o canal de tv. Acho que ela está meio atrapalhada na viagem pois volta e meia confunde as cidades onde está, por onde já passou e para onde vai. Toda hora estou tendo que dizer-lhe que ela "Parece que Não Sei" e ela rí muito e vai ver o mapa para saber onde está. Agradecemos os comentários postados por nossos filhos Edmar, Renato e Roberta e por nossos amigos Geraldo e Fernanda. Um abração a todos os nossos amigos, um beijão a todos os nossos filhos e netos e que DEUS os abençoe.
- A única moto encontrada na estrada hoje foi : 1 big trail Super Ténéré da Yamaha.
- As fotos publicadas são : os pântanos e campos da margem estrada 1, 2 e 3 com o gado Braford esparramado por êles. A bonita praça de Resistência. O prédio do Banco de la Nación Argentina defronte a praça principal da cidade.
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