25 de dez. de 2007

Copiapó

25 - 12 - 07 - Nossa noite de Natal foi bastante diferente pois como estávamos em uma cidade estranha onde não conhecíamos ninguém, curtimos o Natal caminhando na orla marítima. Saímos de Antofagasta em diração à Copiapó às 9:30 hs mas tivemos uma boa notícia antes disso. Como ontem à noite havia reclamado bastante por termos ficado sem água na noite anterior e ao amanhecer depois de haver pago a diária antecipadamente, acabaram me dando a 2ª noite gratuitamente, ou seja uma economia de uma noite. De Antofagasta à Copiapó percorremos praticamente 600 Km de deserto, pois entramos também em Bahia Inglesa. Deserto de Atacama, que como já relatado anteriormente não nos permitiu ver a existência de qualquer tipo de animal e como se vê na internet, no próprio site da cidade de San Pedro, é o deserto mais árido do mundo. No primeiro terço da viagem passamos próximos de uma escultura da "Mão de DEUS" enorme, que resolvemos visitar. Fica à aproximadamente 1 Km do asfalto e fomos lá ver de perto. É espetacular, construída em adobe no meio do deserto. Fiquei porém muito tenso no final do primeiro terço da viagem pois no deserto não havia placas indicando quantos quilometros faltavam para a próxima cidade. Ventava muito em sentido contrário ao nosso e o consumo de gasolina foi muito maior do que os anteriores. O alarme de gasolina já havia comecado a piscar o que significava que eu tinha uma autonomia de no máximo mais 30 Km. Ultrapassei um carro e pedí para que o mesmo parasse e lhe pedí informações sobre o próximo posto de gasolina. Seria somente em Taltal, à aproximadamente 100 km de distância. Expliquei-lhe a situação e não havia opção pois não tínhamos sequer como tirar gasolina do carro dele. Continuei então a viagem e como num passe de mágica, após ter percorriro 225 Km desde Antofagasta, surge um posto de gasolina COPEC, que é a Petrobrás local, totalmente isolado, no meio do nada, num local que o frentista me disse chamar Água Verde. Foi um enorme alívio. Até o motorista do veículo com quem havia falado e que vinha atrás de nós vibrou com os braços e tocou em frente. Enchí o tanque novamente e pelas contas só me restava 1,5 Lts de gasolina, o que, naquela situação só me permitiria andar mais aproximadamente 15 KM. Outra coisa que não deu muito certo foi a troca do pneu traseiro da moto. Como relatei ontem, por não encontrar o pneu exato em Antofagasta e sem opção pois o que estava na moto não me permitia arriscar outro trecho grande, principalmente no deserto, acabei colocando um pneu mais borrachudo, mais apropriado ao fora de estrada e um pouco mais alto. Esse foi o problema, pois por ser mais alto, quando estávamos viajando hoje e passávamos por alguma depressão do asfalto que fazia com que a moto abaixasse com mais pressão sobre o amortecedor, o pneu "roçava" sua parte superior na parte interna superior do paralamas, chegando a realmente "comer" o paralamas por dentro, o que me obrigou a regular a suspensão da moto para o modo mais rígido, quando a mesma estava regulada no modo mais macio para proporcionar maior conforto à Ângela. Voltando ao relato da viagem, entre Água Verde e Chañaral, o próximo vilarejo, distante 174 Km um do outro, cruzamos com as 2 únicas motos que vimos no dia. Eram 2 big trail KTM Austríacas, que dizem ser motos excelentes. Chegamos à Chañaral onde abastecemos e almoçamos sem nenhuma pressa pois a Ângela diz que hoje está mais cansada que nos últimos dias, provavelmente em virtude do vento muito forte que, como diz ela, até empurrava suas pernas para trás. O que continua me impressionando no Chile é o lixo jogado às margens das rodovias. Percebe-se nitidamente que são trazidos caminhões e caminhões de lixo e jogados aleatoriamente ao lado da rodovia e quanto mais se aproxima das cidades mais se vê concentração desses lixões. Uma lástima numa paisagem tão deslumbrante. Partimos então para Bahia Inglesa, 97 Km adiante de Chañaral, que não estava em nossa programaçaõ mas nos disseram ser um lugar lindíssimo, com praias maravilhosas e então decidimos ir até lá e se isso fosse verdade, ficaríamos por lá uns dois dias. Que nada, a decepção foi tão grande com o vilarejo e a praia que os chilenos acham linda que só tiramos algumas fotos olhamos umas barraquinhas de artesanato defronte à chamada praia e partimos para Copiapó, 74 Km adiante, esta sim dentro de nossa programação para dormir. É uma cidade com 250.000 habitantes, cuja base economia se lastreia na mineração de cobre e ouro e também no plantio de uva e oliva pois Copiapó está localizada em um vale dentro do deserto. Ao entrarmos na cidade, abastecemos e no posto perguntamos de um bom hotel na cidade e ao procurarmos o hotel indicado, fomos cercados por um senhor com a sua esposa no carro que nos perguntou o que estávamos procurando. Como ele viu que estranhei a pergunta, explicou que havia me confundido com outro motociclista que conhecera dias atrás, de um grupo de brasileiros que passaram por aqui rumo ao sul do Chile com 4 GS da BMW e que só queria ajudar. Foi muito simpático conosco, disse que já morou no Brasil 10 anos e acompanhou-nos até a porta do hotel, ensinando-nos o caminho. Chama-se Ernesto Maran Hill a quem agradeco a gentileza. Trocamos cartões e disse-lhe para entrar no blog e fazer comentários pois o mesmo disse que ainda sairá por aí viajando de moto. Um abração a todos os que estão nos acompanhando. Fiquem com DEUS.
- As motos vistas na estrada hoje foram : 2 big trail KTM
- As Fotos Publicadas são : - A saída de Antofagasta. - O deserto a ser enfrentado. - Ângela na placa explicativa da escultura "Mão de DEUS". - JB ao pé da escultura "Mão de DEUS". - O posto de gasolina "salvação". - A chegada novamente ao litoral. - O mar e o deserto. -A praia da famosa "Bahia Inglesa" 1 e 2 . - A chegada à Copiapó.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oie...e aí, banho tomado né, até que enfim...rsrsrs...achei que teria vídeo cassetada de chamar o guincho para rebocar a moto sem combustível...rsrrs...que saudadeeee...bjossssss

Anônimo disse...

Olá!

Estamos impressionados como vocês estão se mostrando verdadeiros aventureiros.
Não imaginávamos que vocês enfrentariam trechos tão grandes de deserto.
E, acima de tudo, estamos cada vez mais deslumbrados com os lugares também cada vez mais exóticos que vocês têm conhecido.
Essa é realmente uma viagem única e para poucos.
Deve ser muito difícil poder conhecer certos lugares se não for assim, num roteiro solo, de moto.
Vocês estão de parabéns e nós estamos muito orgulhosos e felizes por constatar o quanto vocês estão aproveitando esta fantástica viagem!
O blog está um show, com relatos muito interessantes e com fotos belíssimas!
Vocês devem estar servindo de estímulo para muitos amigos que pensam em fazer uma viagem parecida.

Beijos com saudades,

Renato, Débora, Guilherme, Gabriel e Gustavo.